Sobre a insegurança no mundo e o confisco do lugar do Outro
Recentemente, assistimos estupefatos a um episódio que, como diria Cazuza, nos faz lembrar "um muséu de grandes novidades". As invasões bárbaras se repetem dia após dia, ano após ano, no desenrolar dos séculos.
Recentemente, assistimos estupefatos a um episódio que, como diria Cazuza, nos faz lembrar "um muséu de grandes novidades". As invasões bárbaras se repetem dia após dia, ano após ano, no desenrolar dos séculos.
A invasão de um país estrangeiro, pelo grande império da modernidade, para eliminar um desafeto, nos transmite uma sensação de insegurança sem precedentes. Algo nos diz: Caso você discorde ou, de alguma forma, for de encontro às verdades do império, sua casa pode ser invadida a qualquer momento, e você assassinado, em nome da verdade...do império.
Esse tipo de ação nos retroagir na história, e parece que vivemos eternamente cumprindo destinos circulares, repetindo as ações de todo o sempre em nossa cultura humana, quando o império romano reinava soberano sobre os povos das terras conhecidas e além, por se supor A Civilização, adentrava nos territórios alheios, subjugando os povos, como se aqueles fossem apenas seres inferiores, e assim eram vistos: Os bárbaros, que habitavam o quintal da casa do grande império romano, quintal este que se estendia a todo lugar.
Mas não é o que vemos na atualidade?! O império americano, em nome de uma verdade que se crê a única verdade, sua suposta democracia, adentra as terras de outrem para subtrair, subjugar, pilhar e matar em nome dessa suposta verdade. Sabe-se a importância da democracia, da participação de todos nos destinos da civilização, da economia, da coisa pública...mas isso de fato acontece? No mundo do espetáculo e do discurso ensaiado, moldado por interesses privados é essa democracia que se apresenta?
E vê-se isso tão perto, e não só em relação ao império americano e suas incurções em terras alheias, mas em círculos menores de poder, na administração pública em nosso próprio país, onde os regimentos e a hierarquia não são respeitados por que o poder centralizador não admite a partilha e se vê, em última análise, como a única verdade a ser admitida. Obviamente, quem se imbui da verdade, não consegue ver o outro como uma possibilidade de verdades. A administração pública está repleta dessa canalha, que Reich chamaria de "Zés Ninguém", que, em nome de ganhos pessoais e da politicagem partidária, impedem a gestão participativa, o respeito ao Outro e à hierarquia, o desenvolvimento e a profissionalização da administração do Estado.
E vê-se isso tão perto, e não só em relação ao império americano e suas incurções em terras alheias, mas em círculos menores de poder, na administração pública em nosso próprio país, onde os regimentos e a hierarquia não são respeitados por que o poder centralizador não admite a partilha e se vê, em última análise, como a única verdade a ser admitida. Obviamente, quem se imbui da verdade, não consegue ver o outro como uma possibilidade de verdades. A administração pública está repleta dessa canalha, que Reich chamaria de "Zés Ninguém", que, em nome de ganhos pessoais e da politicagem partidária, impedem a gestão participativa, o respeito ao Outro e à hierarquia, o desenvolvimento e a profissionalização da administração do Estado.
Evidentemente, o fato de denunciar a invasão americana não é, absolutamente, uma apologia ao fundamentalismo, ou às ações de grupos radicais que, na maioria das vezes, fazem reivindicações legítimas, mas que buscam meios nada civilizados para o atingimento de seus objetivos. Mas, a ação protagonizada pelo império americano ajuda a civilização? O suposto bandido, "representante de satã na terra" não deveria ser preso, com ajuda do país que o abrigava, e julgado na sequência dos acontecimentos para uma possível e provável condenação? "Olho por olho e o mundo terminará cego!" O sábio Gandhi já proclamava na época em sua terra era subjugada pelo império britânico.
Há grandes possibilidades de esse círculo de violência jamais terminar. Os oprimidos e subtraidos nunca se calarão, e o império da vez jamais se deterá em sua voracidade de acúmulo e desenvolvimento econômico, fundados na dominação e na pilhagem. E, finalmente, o grande engodo dessa história é o aniquilamento do suposto mal, pois o aniquilamento pode traformar o aniquilado e seu pensar em Lei, Lei a ser perseguida por levas de seguidores.
O mundo precisa ficar mais atento aos sinais da civilização humana através da história. Nela, há verdades extremamente desagradáveis sobre o humano e a cutura humana, mas dar atenção a estes sinais pode um dia nos salvar de nós mesmos.
Sérgio Moab Amorim de
Albuquerque - CRP 08/08067-7
Psicólogo / Psicanalista / Servidor Público
Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas / Abordagem Psicanalítica / Sociologia Política
Copyright © 2011 by SÉRGIO MOAB AMORIM DE ALBUQUERQUE All rights reserved
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